sábado, 29 de janeiro de 2011

Era uma vez...

"Era uma vez um garotinho, que aprendeu a ser criativo, já que ficava horas conversando consigo mesmo na falta de alguém com quem dividir seus comentários. O pior, é que é tão simples quando somos pequenos, já que seu mundo tem tão poucas preocupações. Era preciso apenas sua imaginação e um canto sozinho, onde ele pudesse pensar em tudo que ela deixasse. Dizem que os seres humanos desenvolvem apenas 10% do seu cérebro; pois bem, acho que graças a esse isolamento volntário ele ganhou mais uns 3%! Por incrível que pareça ele não tinha a minima pretenção de fazer amigos, de conversar com outras pessoas, ele e simplesmente ele lhe bastava. Mas infelizmente essa porcentagem adquirida foi na capacidade de criar laços com quem quer que fosse, aí pronto, estava decretada sua sina, seu martírio!

Sua criatividade era tão aguçada que pensamentos que ele tinha naquela época, rendem aplausos hoje em dia. Como pode? Alguém que para o mundo era totalmente sem atrativos, se tornar uma máquina de socializar! E ficar tão bom em algo que certas vezes chegava até a desprezar. Mas não foi só isso que veio junto, sempre tem o lado ruim e dessa vez não foi diferente. O garotinho sempre teve uma virtude, a de sempre se importar com quem quer que fosse. Mesmo que não demonstrasse e não acontecesse na mesma hora, ele ia parar e pensar: "Isso vai deixar essa pessoa realmente pra baixo.". E por vezes se sacrificou pra que isso não acontecesse, suportou muito, e assim como o filme do mestre Kubrick, se manteve de olhos bem fechados. Esperando que em algum momento, ele fosse alvo da consideração de alguém. E ele foi! Mas não tanto quanto ele gostaria, mas ele guarda na sua memória cada ato que o fez se sentir satisfeito em se importar e abrir mão de algo, todos mesmo! Desde que ele era o pequeno garotinho que não tinha tantos amigos. Pra ele, os pequenos atos importavam mais que algo impressionante e de grandes proporções, ele dava mais valor ao que o ajudava a levantar quando lhe derrubavam, do que ao que o oferecia suporte em uma futura vingança.

As vezes queremos demais, ou mesmo damos valor a coisas que não são feitas de coração, que são simplismentes atitudes sem sentimento algum. Não é necessário o total isolamento como o que ele defendia, mas infelizmente todos temos que aprender a ser mesquinhos e sempre se por em primeiro lugar, mesmo quando abrir mão disso vá lhe causar no máximo menos divertimento. Temos que desenvolver essa capacidade, não pois é natural, mas porque todos se tornaram medrosos com a idéia de que sacrificar uma vontade sua é a certeza de que outro irá se valer daquilo pra se aproveitar de você e fazê-lo sofrer. Acabou se tornando um efeito dominó! "Não farei para não me decepcionar depois com a falta de retribuição!" mas acaba decepcionando o outro, que a partir daí agirá do mesmo jeito: "Se não fazem por mim, não farei por ninguém!". É algo que poderia ser simplismente mudado com pequenos atos, mas que graças ao egoísmo do ser humano (isso sim natural), não acontece na frequencia necessária.

Mas enquanto isso, o garotinho continua sustentando sua capacidade, e também sua virtude. Na esperança de que um dia, seu altruísmo legítimo, faça a diferença e os que foram contemplados com seus sacrifícios, parem e pensem: "Por que não? Ele fez de coração, e fez por mim!".

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