sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O modelo de babaquice tradicional brasileira...

Qual das três você acha que tem mais problemas? (À propósito, assistam essa série que é muito boa)

Se você pedir pra uma criança no ensino fundamental desenhar uma família, ela com certeza vai desenhar de acordo com a dela. Podem surgir desenhos dos mais variados tipos, porém, o mais comum é um homem e uma mulher e seus filhos. Só porque é o mais comum, não quer dizer que é o único a ser aceito. Muitas coisas na vida não podem ser determinadas com um padrão absoluto, as pessoas tem o direito de poderem fazer escolhas e viver sob escolhas diferentes. Modelo familiar , por exemplo, é igual roupa da C&A: as chances de você encontrar 30 pessoas na rua com uma igual a sua são grandes, mas vão ter obviamente outras com uma diferente! Se tem uma coisa que me incomoda profundamente, é a habilidade de muitos seres humanos de tomarem partido em discussões que não afetam nem de longe a vida deles. Iai se dois caras querem criar uma criança? A criança é sua? Você vai educar ela, vai alimentar, vai vestir, vai tratar da saúde dela? Porque eles querem fazer isso e você não quer deixar simplesmente porque não te agrada a ideia de dois homens formando um casal. Você prefere privar uma criança de ter um lar, uma FAMÍLIA, ter um futuro, do que botar seu preconceito goela abaixo? Eu tenho nojo é de VOCÊ, que pensa assim!

Vejo gente reclamando que o estado não dá assistência pra essas crianças que vivem na rua. Essas pessoas já pararam pra pensar que elas provavelmente estão lá porque a família não tem condição de criá-las? Aí aparece um casal “fora do padrão” querendo mudar isso, mudar uma vida e essas pessoas dizem que isso não é correto. Vão alegar que aquela criança vai crescer sob más influências e  vai crescer cheia de problemas. Sério? Você acha que não existem crianças que foram criadas por uma família “não tradicional” e cresceram heterossexuais MUITO MELHORES do que o seu filho, criado em um lar também heterossexual, mas que desde cedo foi alimentado com preconceito? A partir do momento em que existem exceções, não podem ser estipulados padrões ABSOLUTOS. Eu queria que um desses defensores da suposta “moral e dos bons costumes” vivesse a seguinte situação: um adolescente assaltasse ele e dissesse olhando-o bem no olho:

- Eu tô te assaltando, porque eu não recebi educação, porque eu tô com fome, porque eu não tenho um lar. Quando eu era criança, uma família “não tradicional” quis me adotar e o senhor foi contra. Agora eu tô aqui, tendo que te roubar, porque o senhor me tirou a oportunidade de ter uma família!

Iai senhor “tradicional”, de onde veio essa má influência? Foi de um casal homossexual ou foi da necessidade? Gênero lá garante alguma coisa em relação a formação do caráter de alguém? Quantos bandidos por aí foram criados por pai e mãe casados, com foto em porta retrato, tudo bonitinho do jeito que vocês querem? Um pai que bate na mãe e no filho, isso é pra ser considerado tradicional? Um pai que, além da família tradicional dele, tem um monte de outras de enfeite por aí afora, com filho em cada uma e que ele não dá um tostão pra comprar comida, isso é pra ser considerado modelo? Família é onde tem dedicação, amor, carinho e zelo entre seus membros. Antes de qualquer casal adotar uma criança, ele é avaliado de todas as maneiras possíveis, pra saber se eles vão fornecer um lar de qualidade... um casal homossexual ou um indivíduo solteiro não pode fornecer isso, simplesmente por não ser o que alguns consideram padrão? Já dizia nosso ditado: Buy me a goat!

Tem pais e mães solteiros, gente que batalha dia e noite pra botar comida pros filhos, pra não abandoná-los apesar da dificuldade, fazem o impossível pra isso... aí um conservadorzinho vem querer desmerecer a luta de um ser humano desse só porque ele acha que isso não é família? O problema não é a opinião dos caras, a casa cai é quando, perante a lei, o “não tradicional” não pode usufruir de direitos que deveriam ser pra todos por causa disso.


Algumas pessoas precisam aprender rapidamente a deixar a vida dos outros pra lá, deixar as pessoas serem felizes. O nosso país precisa votar é contra esse modelo de “babaquice tradicional brasileira” de querer decidir o que é certo e o que não é, sem nem conhecer quem eles estão afetando. Se vacilar, alguns desses que votaram a favor desse modelo de homem, mulher e filho, tem uma família toda cheia de problemas...se brincar, Mogli, Balu e Baguera faziam uma família muito melhor que a deles!

terça-feira, 28 de julho de 2015

Boas e velhas Cheztas...


- AÍ CUMPADE, ACABOU A MEIA.
- PORRA BIXO, FALA SÉRIO, EU SÓ TENHO 10 CONTO! FUI ESPERAR AQUELA PIQUENA, CHEGUEI ATRASADO NA FILA!


Lembro saudosamente das sextas-feiras de outrora, quando eu ligava pros amigos e amigas (sim, nesse tempo ainda se ligava pras pessoas) e proferia as palavras mágicas: “E esse Chez hoje? P A R T I U?”. Era um tempo glorioso, em que a palavra “bombeiro” era mais ouvida na bancada do bar do que ao redor de uma casa pegando fogo... Tempos bons que infelizmentes não voltam. Já foram feitas algumas tentativas de reproduzir o ambiente mas é tipo merthiolate: só o antigo é que realmente prestava!  Nas rodas de conversa com a maioria dos meus amigos sempre brota um “caralho, lembra aquela vez no Chez?” e lá se vai pelo menos uma meia hora de lembranças envolvendo uma rodada de bebida e possivelmente alguma sargeta do Reviver. Então simbora lá, relembrar algumas coisas que só quem frequentou o Chez Moi nos tempos mágicos, vai poder contar(ou não) pra criançada de hoje.

Sabe aquele cara metido a machão que toda festa quer arrumar briga e acha que bater em alguém prova alguma coisa? No Chez Moi ele náo tinha vez! Óbvio que lá tinha algumas ocasiões em que rolava uma “massagem” entre alguns frequentadores, mas os seguranças tratavam de botar os envolvidos na brincadeira pra fora... O que interessa, é que os homens (e algumas mulheres) de boa índole e bom caráter, quando queriam medir forças, faziam isso através de uma atividade mais saudável que correr na Litorânea diariamente: apostar quem virava mais “queimando no inferno”. Amigo, se você não chegou a provar este drink, seu estômago agradece... o meu processa até hoje o álcool dos que eu tomei. Para efeitos de comparação, o gosto era algo entre xantinon e gasolina de avião e pra completar ainda era servido pegando fogo, vou me preservar de fazer uma piada infame dizendo que a sensação de queimação era iminente.

A magia do Chez Moi já começava na fila, onde, pra mim o ditado que mais fazia sentindo na vida era: “Os últimos serão os primeiros”... à pagar inteira! Rapaz, se vocês acham que nego chega cedo em local de prova do Enem, é porque não presenciaram um monte de gente “nos pano” formando uma filinha na porta do Chez às 20h sendo que só abria uma hora depois! Pontualidade? Não, lisura mesmo! Se o Chez Moi ainda existisse, ganharia uma placa do Procon pelo cumprimento da lei da meia entrada, coisa que hoje em dia não se vê com facilidade. Era lindo, era magnífico... poder entrar em um lugar foda, por apenas 10 reais! Mas isso, só pra quem chegasse cedo! As meias acabavam tão rápido quanto os trocados que a gente levava pra gastar lá dentro. Valia cada segundo que as mulheres passavam em cima dos saltos esperando na fila e olha que não era das tarefas mais fáceis... boatos que o treinamento das melhores modelos internacionais é feito sob sigilo aqui em São Luis e que andar de salto mantendo a elegância na porra daqueles paralelepípedos do Reviver é pré-requisito pra ser modelo Victoria’s Secret.

Uma das coisas que me chamavam a atenção na época de Chez Moi, mas que até hoje acontece era o fato de, na época das férias, o lugar dar mais criança que show do Patati e Patatá. Antes de você entrar pra encher a lata, subir em caixa de som e gritar “caralhoooooow, essa é foda!” toda vez que Ksyfux tocava a música favorita da sua turma... você tinha que mostrar um documento provando que vossa senhoria já podia responder legalmente por suas fuças. O que é que os someliers de danone faziam? Pegavam a carteira de um amigo/amiga maior de idade e apresentavam como se fosse deles. Tudo bem até aí? Não, pq isso é ilegal. Mas agora ve uma situação que os que são contra a diminuição da maioridade penal poderiam usar pra provar que adolescente não sabe o que faz. Qualquer pessoa com o mínimo de malícia e jogo de cintura, pegaria a carteira de algúem que pelo menos se parecesse com ela... mas tinha gente que não se preocupava muito com isso! Tinham casos em que à título de comparação: é como se a Preta Gil tentasse passar com a carteira da Angelina Jolie! Acho que a presença de criança sem noção foi um dos motivos pra “aziar” o Chez... mas isso é papo pra outra ocasião!


Obrigado à todos os leitores do Duplo Sarcasmo (os antigos e os novos) e desculpem o sumiço, mas também não se animem muito kkkkkk Compartilhem e curtam a página :D