- AÍ CUMPADE, ACABOU A MEIA. - PORRA BIXO, FALA SÉRIO, EU SÓ TENHO 10 CONTO! FUI ESPERAR AQUELA PIQUENA, CHEGUEI ATRASADO NA FILA! |
Lembro saudosamente das sextas-feiras de outrora, quando eu
ligava pros amigos e amigas (sim, nesse tempo ainda se ligava pras pessoas) e
proferia as palavras mágicas: “E esse Chez hoje? P A R T I U?”. Era um tempo
glorioso, em que a palavra “bombeiro” era mais ouvida na bancada do bar do que
ao redor de uma casa pegando fogo... Tempos bons que infelizmentes não voltam. Já foram feitas algumas tentativas de
reproduzir o ambiente mas é tipo merthiolate: só o antigo é que realmente
prestava! Nas rodas de conversa com a
maioria dos meus amigos sempre brota um “caralho, lembra aquela vez no Chez?” e
lá se vai pelo menos uma meia hora de lembranças envolvendo uma rodada de
bebida e possivelmente alguma sargeta do Reviver. Então simbora lá, relembrar
algumas coisas que só quem frequentou o Chez Moi nos tempos mágicos, vai poder
contar(ou não) pra criançada de hoje.
Sabe aquele cara metido a machão que toda festa quer arrumar
briga e acha que bater em alguém prova alguma coisa? No Chez Moi ele náo tinha
vez! Óbvio que lá tinha algumas ocasiões em que rolava uma “massagem” entre
alguns frequentadores, mas os seguranças tratavam de botar os envolvidos na
brincadeira pra fora... O que interessa, é que os homens (e algumas mulheres)
de boa índole e bom caráter, quando queriam medir forças, faziam isso através
de uma atividade mais saudável que correr na Litorânea diariamente: apostar
quem virava mais “queimando no inferno”. Amigo, se você não chegou a provar este
drink, seu estômago agradece... o meu processa até hoje o álcool dos que eu
tomei. Para efeitos de comparação, o gosto era algo entre xantinon e gasolina
de avião e pra completar ainda era servido pegando fogo, vou me preservar de
fazer uma piada infame dizendo que a sensação de queimação era iminente.
A magia do Chez Moi já começava na fila, onde, pra mim o
ditado que mais fazia sentindo na vida era: “Os últimos serão os primeiros”...
à pagar inteira! Rapaz, se vocês acham que nego chega cedo em local de prova do
Enem, é porque não presenciaram um monte de gente “nos pano” formando uma
filinha na porta do Chez às 20h sendo que só abria uma hora depois! Pontualidade?
Não, lisura mesmo! Se o Chez Moi ainda existisse, ganharia uma placa do Procon
pelo cumprimento da lei da meia entrada, coisa que hoje em dia não se vê com
facilidade. Era lindo, era magnífico... poder entrar em um lugar foda, por
apenas 10 reais! Mas isso, só pra quem chegasse cedo! As meias acabavam tão
rápido quanto os trocados que a gente levava pra gastar lá dentro. Valia cada
segundo que as mulheres passavam em cima dos saltos esperando na fila e olha
que não era das tarefas mais fáceis... boatos que o treinamento das melhores
modelos internacionais é feito sob sigilo aqui em São Luis e que andar de salto
mantendo a elegância na porra daqueles paralelepípedos do Reviver é
pré-requisito pra ser modelo Victoria’s Secret.
Uma das coisas que me chamavam a atenção na época de Chez
Moi, mas que até hoje acontece era o fato de, na época das férias, o lugar dar
mais criança que show do Patati e Patatá. Antes de você entrar pra encher a
lata, subir em caixa de som e gritar “caralhoooooow, essa é foda!” toda vez que
Ksyfux tocava a música favorita da sua turma... você tinha que mostrar um
documento provando que vossa senhoria já podia responder legalmente por suas
fuças. O que é que os someliers de danone faziam? Pegavam a carteira de um
amigo/amiga maior de idade e apresentavam como se fosse deles. Tudo bem até aí?
Não, pq isso é ilegal. Mas agora ve uma situação que os que são contra a
diminuição da maioridade penal poderiam usar pra provar que adolescente não
sabe o que faz. Qualquer pessoa com o mínimo de malícia e jogo de cintura,
pegaria a carteira de algúem que pelo menos se parecesse com ela... mas tinha
gente que não se preocupava muito com isso! Tinham casos em que à título de
comparação: é como se a Preta Gil tentasse passar com a carteira da Angelina
Jolie! Acho que a presença de criança sem noção foi um dos motivos pra “aziar”
o Chez... mas isso é papo pra outra ocasião!
Obrigado à todos os leitores do Duplo Sarcasmo (os antigos e
os novos) e desculpem o sumiço, mas também não se animem muito kkkkkk
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